O governo decidiu hoje que não vai adotar o horário de verão em 2025, conforme adiantou o colunista do GLOBO, Lauro Jardim. A volta da prática de adiantar os relógios no país como forma de garantir a segurança energética foi descartada hoje pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Se você é daqueles saudosos do regime que, na prática, dava mais uma hora de luz do dia aos brasileiros, sabe dizer que presidente começou com isso? E qual acabou com o horário de verão? Confira a história dele a seguir.
Por que surgiu o horário de verão?
O horário de verão foi criado por meio de um decreto do presidente Getúlio Vargas e foi adotado pela primeira vez no dia 3 de outubro de 1931. A partir de então, a mudança nos relógios esteve presente no calendário brasileiro, com algumas interrupções, até 1968, quando, já durante a ditadura militar, o então presidente Artur da Costa e Silva suspendeu “de vez” o adiantamento dos ponteiros.
Mas, em 1985, já sob o governo civil de José Sarney, o horário de verão foi retomado como uma forma de ajudar o país a economizar energia. A partir daquele ano, foi adotado anualmente em todos os estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Quem interrompeu a tradição foi o então presidente Jair Bolsonaro, em 2019, seu primeiro ano no Planalto, sob o argumento de que a economia de energia era muito pequena. Segundo então o ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, estudos mostraram que o horário de verão não tem relevância no que diz respeito à economia de energia.
Os 34 anos de horário de verão foram o período mais longo desse regime. Por isso, muita gente estranhou quando o governo decidiu não mais avançar os ponteiros em uma hora de outubro até fevereiro.
Há quem ame e quem odeie. Quem acorda de madrugada para trabalhar não gosta porque é obrigado a levantar da cama muito antes do amanhecer. Já quem defende a medida exalta o ganho de qualidade de vida por sair do trabalho, lá pelas 18h, ainda sob a luz do dia.
Como funcionava o horário de verão?
Essa política era aplicada nos seguintes estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e também no Distrito Federal;
Havia seletividade para regiões porque o horário de verão teria melhor eficácia nos locais do país mais distantes da Linha do Equador;
Na gestão de Bolsonaro, o MME identificou uma “naturalidade” dos efeitos do horário de verão. Ou seja, embora o melhor aproveitamento da iluminação natural tivesse como consequência positiva um menor consumo de energia (para iluminação), houve intensificação do uso de equipamentos como ar-condicionado, o que teria anulado esses efeitos.