“Boas notícias às vezes geram desigualdade” e outras ideias do novo Nobel
1. Desigualdade é uma consequência inevitável da prosperidade
No filme A Grande Fuga, 250 prisioneiros da Segunda Guerra Mundial escapam de um campo nazista. A fuga foi uma excelente notícia para os que conseguiram escapar, mas provocou uma desigualdade entre os prisioneiros. Se antes estavam todos igualmente presos, com o episódio alguns conquistaram a liberdade, enquanto outros foram deixados para trás. Na soma geral, porém, nenhum prisioneiro ficou numa situação pior.
Angus Deaton, economista que ganhou o Nobel de Economia esta semana, se inspirou nesse filme para dar o título do seu livro mais famoso – A Grande Fuga: saúde, riqueza e as origens de desigualdade. Até a Revolução Industrial, o mundo todo era igualmente miserável. A prosperidade que surgiu a partir de então tirou alguns países da miséria, enquanto outros seguiram pobres. A desigualdade aumentou, ainda que ninguém tenha piorado de situação. Diz ele:
Desigualdade é frequentemente uma consequência do progresso. Nem todos enriquecem ao mesmo tempo, e nem todos tem acesso imediato às medidas profiláticas mais recentes, seja o acesso a água limpa, vacinas ou a novas drogas de prevenção a doenças. Desigualdade, por sua vez, afeta o progresso. Ela pode ser boa; crianças indianas percebem o que a educação pode fazer e também vão para a escola. E pode ser má se os vencedores tentam impedir os outros de segui-los, puxando para cima as escadas atrás deles.
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2. Mais que a riqueza, foi o conhecimento que nos tornou mais saudáveis
Uma ideia bem aceita entre demógrafos e economistas é que o aumento da renda a partir da Revolução Industrial causou a enorme melhoria da saúde e da expectativa de vida nos últimos três séculos. Com mais comida na mesa e dinheiro para bancar descobertas médicas, as pessoas viveram mais e melhor. Um europeu médio hoje é 11 centímetros mais alto e vive quatro décadas mais que no século 18. Angus Deaton concorda que a renda contribui para a saúde, mas dá pouca importância a essa relação. Mostra, por exemplo, que em 1750 famílias ricas e bem alimentadas tinham a mesma expectativa de vida que os pobres. Para ele, o que nos tornou mais saudáveis não foi tanto o crescimento econômico, mas o maior conhecimento sobre germes e doenças.
3. A ajuda à África atrapalha
Angus Deaton abraça a ideia de que a maior parte da ajuda humanitária mais prejudica que contribui com o desenvolvimento da África. Para ele, o que os países mais pobres precisam é de instituições que propiciem o crescimento econômico, e muitas vezes a ajuda humanitária enfraquece ainda mais as instituições:
A ajuda estrangeira mina o desenvolvimento da capacidade do estado. Isso é mais óbvio nos países onde o governo recebe grandes quantias de ajuda direta. Esses governos não precisam de contato com os seus cidadãos, nem parlamento e nem sistema de coleta de impostos.
Fonte: Veja Leandro Narloch