O importante colunista Geraldo Samor, de VEJA Mercados, entrevistou o empresário Nelson Tanure, que comenta os planos da petroleira no Brasil e no exterior. Tanure fala em primeira mão da oferta feita pela LetterOne, empresa russa que atua no Mar do Norte, e revela a reestruturação na PetroRio, que se transformou em uma companhia eficiente, enxuta e lucrativa para os seus acionistas.
Eis a íntegra da reportagem:
Sem oportunidades óbvias de crescimento no Brasil, a PetroRio (antiga HRT) continua olhando para fora do País em sua ambição de crescimento.
A empresa acaba de sofrer uma derrota. Ofereceu quase meio bilhão de dólares pelos campos no Mar do Norte pertencentes ao fundo LetterOne, mas foi derrotada por um consórcio unindo a Riverstone (um dos acionistas da Barra Energia no Brasil) e a Siccar Point Energy, uma empresa focada no Mar do Norte e que tem o Blackstone como um de seus controladores.Nelson Tanure
O LetterOne, um fundo de investimentos do oligarca russo Mikhail Fridman, foi obrigado a deixar a Grã-Bretanha por conta das sanções aplicadas pela União Europeia à Rússia.
Em março de 2014, o LetterOne pagou 5,1 bilhões de euros pela Dea, o braço petroleiro da empresa de energia alemã RWE. A Dea era dona de campos de petróleo e gás no Mar do Norte, Noruega, Alemanha e Dinamarca, além de concessões em outros países. Em outubro de 2014, o governo britânico vetou a transação e impôs a venda dos ativos do Mar do Norte em seis meses, a contar de março deste ano.
A PetroRio foi uma de cinco empresas a participar do leilão e fez uma oferta de 450 milhões de dólares. O consórcio vencedor pagou 700 milhões de dólares.
Tanure, o maior acionista da PetroRio e quem efetivamente controla a empresa, disse que vai procurar outros ativos para internacionalizar a antiga HRT.
Ele disse não haver mapeado o próximo alvo, mas segundo fontes próximas da companhia, a PetroRio analisa a compra de outros campos no próprio Mar do Norte.
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Pouco mais de um ano depois de tomar o controle de fato da PetroRio, Tanure diz estar cada vez mais convencido de que “uma empresa de petróleo deve estar, no mínimo, em dois países: no Brasil e no Golfo do México, ou no Brasil e em Angola.. e assim por diante,” como forma de mitigação de risco.
Tanure também não tem medo de combinar com os russos. Nos últimos meses, já fez pelo menos duas viagens a Moscou para conversar com a Rosneft. As conversas com a petroleira russa começaram por conta da sociedade que a antiga HRT tinha com a Rosneft na Bacia do Solimões (a Rosneft acabou comprando a parte da sócia), mas estão abrindo as portas para outros negócios no setor.
No Brasil, Tanure tentou mas teve que desistir de uma fusão entre a PetroRio e a OGPar (a antiga OGX). No papel, uma união entre as duas empresas faria muito sentido, porque o campo de Tubarão Martelo, da OGPar, é vizinho ao campo de Polvo (hoje o principal ativo da PetroRio), o que gera sinergias operacionais significativas. Além disso, a OGPar também é dona de uma participação nos campos de Atlanta e Oliva, ambos em desenvolvimento e que começarão a produzir em alguns anos.
Mas o sonho não vai virar realidade, dada a complexidade jurídica e operacional da OGPar, que etá em recuperação judicial. “Olha que eu já tomei muito risco na minha vida, mas a complexidade e o intrincamento de problemas ali foi algo que eu nunca vi,” diz Tanure. “Eu queria muito fazer essa operação, até porque eu admiro muito o Eike como empreendedor, um cara disposto a tomar risco.”
No Brasil, o programa de desinvestimentos da Petrobras não deve gerar oportunidades para a PetroRio. “As oportunidades são gigantescas, mas não temos tamanho pra isso. Só as majors [as multinacionais do petróleo] é que vão comprar os campos que a Petrobras colocou à venda. Estamos tentando convencer a Petrobras a vender ativos maduros e em declínio [o tipo de ativos que interessa à PetroRio], até porque faria todo sentido para eles.”
Desde que Tanure assumiu o controle da PetroRio, cortou os custos da empresa até o osso. “Renegociamos todos os contratos, reduzimos o nosso headcount [o número de funcionários] em mais de 40%, e convertemos muitos contratos que eram em dólar para reais quando o câmbio ainda estava favorável,” diz ele. Assim, um contrato de suprimento de US$1 milhão, que ao câmbio de hoje estaria custando à empresa 3,5 milhões de reais, foi convertido há meses para 2,2 milhões de reais.
Hoje, o chamado lifting cost da PetroRio [o custo de se retirar o petróleo do fundo do mar] está em 25 dólares/barril. Em cima disso, a empresa tem que pagar royalties e há, ainda, sua despesa administrativa. O custo total de extração fica em cerca de 36 dólares/barril, o suficiente para a empresa ainda ganhar dinheiro, já que o petróleo está a 48 dólares/barril no mercado internacional.
Quando a Agência Nacional do Petróleo (ANP) aprovar a compra dos campos de Bijupirá e Salema, o que deve acontecer até o fim do ano, Tanure estima que o lifting cost deve cair para 20 dólares o barril.
Fonte: Economia em Conta Gotas