O procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, pediu o arquivamento da investigação envolvendo o presidente do PSDB Aécio Neves, citado em delação do doleiro Alberto Youssef. No depoimento ao qual o Estado teve acesso, Youssef, um dos principais delatores da Operação Lava Jato, afirmou “ter conhecimento” de que o senador Aécio Neves (PSDB-MG), na época em que era deputado federal, estaria recebendo recurso desviados de Furnas “através de sua irmã”.
A Procuradoria entendeu que as informações reunidas sobre o presidente do PSDB não são suficientes para que ele seja investigado, por isso sugeriu ao ministro Teori Zavascki o arquivamento da denúncia.
O termo de colaboração número 20, que registra confissão do doleiro no fim do ano passado tem como “tema principal: Furnas e o recebimento de propina pelo Partido Progressista e pelo PSDB”. Além de Aécio, também são citados o ex-deputado José Janene (PP, morto em 2009) e o executivo Airton Daré, sócio da empresa Bauruense, que foi prestadora de serviços para Furnas.
O doleiro disse que recolheu dinheiro de propina na empresa Bauruense cerca de dez vezes. Em uma delas, o repasse não foi feito integralmente e faltavam R$ 4 milhões. Youssef afirmou aos investigadores ter sido informado de que “alguém do PSDB” já havia coletado a quantia pendente.
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Na delação, o doleiro descreve que de 1994 a 2001 o PSDB era responsável pela diretoria de Furnas. Yousseff declarou que recebia o dinheiro de José Janene nas cidades paulistas de Bauru e de São Paulo e enviava o valor para Londrina ou Brasília.
O doleiro disse ainda que os diretores da Bauruense poderiam fornecer mais informações sobre a diretores de Furnas e declarou ao MPF ter conhecimento de que há um inquérito sobre a empresa de Bauru no Supremo Tribunal Federal.
Aécio disse hoje que não tinha conhecimento sobre o teor da acusação contra ele e que o arquivamento é “uma homenagem” da PGR.
Fonte: MSN