Globalização x localismo

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Especificar quando o processo de globalização teve início, tendo-se em vista o conceito amplo e moderno que a palavra abrange, é uma tarefa complicada. Na verdade, seria plausível afirmar que a raça humana vem se tornando menos díspar, ou menos dividida, desde os seus primórdios.
O que variaria ao longo dos séculos, portanto, é a velocidade desta unificação, a qual vem se tornando gradativamente mais célere. Toda ação ou movimento, porém, agrega reações contrárias, em sentido oposto, o que acaba garantindo a própria sustentabilidade do padrão. Em determinado momento, diriam alguns,
a tendência se inverteria, com esses focos minoritários, antagônicos ao curso primário, assumindo a preponderância e revertendo o sentido do movimento principal. Esta seria a lei natural das coisas. No atual estágio de acomodação do homem no planeta, duas situações chamam a atenção, justamente por serem submovimentos contraditórios, dentro do paradigma considerado hegemônico, o globalizante. Se, por um lado, a língua inglesa vai se firmando como o idioma mundial, por outro vai ganhando espaço e valor a mídia local, ou jornalismo hiperlocal, conforme tem sido chamado.
Globalização X localismo ação e Reação
Dependendo das nuances que forem destacadas, as análises sobre o processo secular de globalização poderão variar interminavelmente. O período que redundou na Era das Grandes Navegações é um marco, sem dúvida. Assim como a Revolução Industrial, a aviação, o cinema, o advento do telex, da telefonia, do rádio, da televisão, do computador, a evolução das telecomunicações de maneira geral, culminando com a internet. O fluxo internacional de pessoas, de mercadorias e de capital parece seguir o desenvolvimento dos meios de transporte e das comunicações, que, em última instância, vão fazendo o mundo diminuir de tamanho.
O interesse humano em explorar lugares longínquos, bem como de se inter-relacionar com gente e culturas diferentes, no entanto, parece ser inerente à raça, ou pelo menos a boa parte dela. Afinal, mesmo quando o homem só se locomovia a pé, ele conseguiu atravessar continentes. Os esquimós, por exemplo, teriam chegado ao continente sul-americano e, mais recentemente, os polinésios cruzaram oceanos em canoas de madeira. A História está repleta de experiências humanas em busca de integração.
Um dos principais aspectos que costuma atrapalhar essa característica do homem, de querer expandir os seus horizontes, é a violência que, em boa parte dos casos, norteia a aproximação entre diferentes povos. O mais forte, via de regra, termina impondo os seus valores e subjugando outras civilizações. Sem falar no teor exploratório e escravagista que, ainda nos dias de hoje, permeia muitas relações. A teoria do evolucionismo de Darwin, de que só os mais fortes sobrevivem, também se aplicaria a civilizações. As mais fracas, embora possam deixar marcas em seus dominadores, contribuindo assim para a ‘evolução’,  acabariam extintas. Isto vem acontecendo ao longo dos tempos, notoriamente com povos indígenas, dialetos e tantas outras manifestações culturais. Faz parte da evolução das espécies, diria Darwin.
Desde a consolidação da supremacia dos Estados Unidos da América sobre as demais nações, muitos instrumentos têm sido apontados pelos estudiosos como preponderantes na manutenção do status quo, ou, como os mais exaltados costumam dizer, na enraização do padrão dominante. A estabilidade das instituições, a capacidade tecnológica, o poderio militar, a língua inglesa, o padrão monetário internacional, o dólar e até mesmo Hollywood estão entre os mais citados.
Entre todos estes aspectos, ao idioma é creditado um poder adicional, pois o inglês já vinha se arraigando desde os tempos do Império Britânico, com o governo central na Inglaterra, que antecedera os EUA como principal força política, econômica e cultural do planeta. Ao longo das últimas décadas, especialmente após a Segunda Guerra Mundial, a Europa, que até então ainda tentava impor as suas respectivas línguas pátria mundo afora, começou a se render ao inglês. Algumas nações resistiram mais, como a França, outras menos, mas o fato é que, hoje em dia, o Velho Continente se comunica na língua inglesa. Em grande parte do planeta, mesmo em países que conseguem preservar uma consistente identidade cultural, como no caso da Dinamarca, tema da última coluna, ou Cingapura, o inglês já é tão ou mais falado que as linguagens locais.
O mundo corporativo vem ratificando esta escolha. Em 1999, quando a farmacêutica alemã Hoechst se fundiu com a francesa Rhône-Poulenc, criando a Aventis, ficou decidido que a nova companhia seria administrada em inglês, optando-se assim pela neutralidade linguística entre as duas nacionalidades e já se adequando ao que imaginavam ser um requisito básico no futuro próximo. Em 2011, quando Christoph Franz se tornou presidente e diretor-executivo da tradicional empresa aérea alemã Lufthansa, uma de suas primeiras medidas foi declarar o inglês o idioma oficial nas comunicações internas e externas, não obstante a grande maioria dos diretores e gerentes ser de origem germânica. O paradigma vem se firmando, tendo extrapolado em muito a fronteira europeia  e se disseminado mundo afora.
A justificativa comum é que, para qualquer empresa com aspirações globais, comunicar-se na língua franca é mandatório. O idioma simplifica negociações, a contratação de mão de obra qualificada estrangeira, a atualização tecnológica, a montagem de núcleos ou equipes que possam atuar em diferentes países e os processos de fusões e aquisições, entre outras facilidades. Na China, a segunda potência mundial e candidata a roubar o primeiro posto dos EUA, estima-se que pelo menos 300 milhões de pessoas estejam estudando inglês com afinco.  Aliás, a avassaladora adoção do idioma anglo-saxão como língua franca na Ásia é um caso à parte. Entre as explicações para o fenômeno, sobressai a de que as línguas asiáticas, e em especial as chinesas, não são unanimidade nem mesmo dentro dos seus próprios territórios, além de apresentarem difícil interatividade com computadores.
O segundo movimento que completa esta elucubração também diz respeito a uma das principais formas de comunicação entre os homens: o jornalismo. Um dos segmentos que se expande com maior consistência parece, a princípio, caminhar no sentido oposto ao da globalização, pois valoriza as diferenças, as nuances regionais, o localismo. Esse tipo de informação, que vem ganhando espaço no mundo inteiro, está sendo chamado de mídia local ou jornalismo hiperlocal. Conforme abordado pela jornalista Sandra Muraki, em matéria publicada no site Observatório da Imprensa, o megainvestidor Warren Buffett, por meio de sua companhia Berkshire Hathaway, adquiriu 28 jornais locais nos Estados Unidos nos últimos dois anos, gastando para isso cerca de US$ 344 milhões. Para efeito de comparação, a quantia investida corresponde a pouco mais de 8% do valor de mercado do Washington Post, tradicional periódico da capital norte-americana, comprado recentemente por Jeff Bezos, fundador e presidente da Amazon.com.
Em entrevista concedida no ano passado ao jornalista Alberto Dines, também do Observatório da Imprensa, Buffett foi curto e grosso ao justificar a sua preferência por jornais comunitários: “São indispensáveis”, disse. Em sua matéria, Sandra Muraki resume com maestria a razão porque os veículos das pequenas e médias cidades, ou mesmo comunidades, sejam eles impressos, audiovisuais ou eletrônicos, constituem hoje a base da imprensa norte-americana, além de vir abocanhando espaço ao redor do globo. “(Estes veículos) têm a responsabilidade de tratar de assuntos que são próximos a seus leitores, que lhes afetam diretamente e que reforçam o sentido de comunidade. Nenhum veículo nacional tem essa capacidade, conhecimento e poder de influência”, ressalta Muraki.
Uma primeira conclusão possível, que advém da observação desta tendência de crescimento da mídia local, seria que o processo de globalização se nutre, basicamente, das diferenças. É de se supor, portanto, que a partir do momento em que as diferenças comecem, aparentemente, a minguar, submovimentos opostos, no sentido de salientar as peculiaridades locais, fortaleçam-se.
Considerando-se, porém, a continuidade ad æternum dos dois movimentos – o de convergência global de idioma e o de crescimento da mídia local –, caberia deduzir que, no futuro, o jornal de Rio das Pedras, ou da Rocinha, ou de qualquer tribo remota na Amazônia seja produzido em inglês. Se bem que, conforme atestam as teorias que regem a análise técnica dos mercados, o fortalecimento dos sinais contraditórios indicaria que o ponto de inflexão na tendência primária, a de globalização, poderia estar se aproximando.

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