O poder ainda está nas mãos do presidente da Câmara.
A maior parte da imprensa embarcou no marketing petista sobre a vitória do governo.
Not so fast, cabra da peste.
A ministra Rosa Weber havia tomado uma decisão no mínimo ambígua e, após a repercussão de sua canetada venezuelana, deve ter pensado: ‘não, pera. Vou dar uma amenizada nisso. Vou colar do Teori‘.
Resultado: teve de esclarecer que não impediu Eduardo Cunha de deferir ou indeferir os pedidos de impeachment, tanto que ele já mandou mais 5 para o saco.
Dilma tensa
A informação correta sobre os ânimos no Planalto está no Valor:
“Num primeiro momento, ao ser informada das liminares concedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a [suposta] presidente Dilma Rousseff comemorou a decisão, mas depois ficou apreensiva com a possibilidade de Cunha deferir o pedido de impeachment.”
Claro.
Se “a decisão de Cunha for pela continuidade, o que a maioria dos aliados considera bastante provável, será mais difícil conter a abertura do processo”.
Explica-se:
O caminho impedido pelo STF – o do recurso em plenário, que poderia ser aprovado por maioria simples de deputados na Câmara – tinha uma vantagem para o governo do ‘toma lá, dá cá’:
Os “votos dos dissidentes seriam mapeados e suas reivindicações atendidas, de modo a tornar ainda mais difícil, para a oposição, obter os 342 votos necessários para a Câmara autorizar a abertura do processo de impeachment da [suposta] presidente no Senado”.
(Sim: é nojento.)
Mas agora essa votação viria praticamente no escuro.
Herói-bandido
De acordo com o jornal, Cunha estaria pensando em “criar um fato político maior que o seu” e virar o “herói-bandido” que desencadeou o processo de impeachment de Dilma.
Nesse caso, ele “pedirá imediatamente aos líderes partidários as indicações de seus representantes para a comissão especial que tratará da perda do mandato presidencial”.
Pressão popular
“Trata-se de um processo em que Dilma só tem a perder: instalada a comissão, seus trabalhos serão transmitidos pela televisão, o que deve facilitar a tarefa da oposição de arregimentar manifestações a favor do impeachment. E a presidente, decididamente, não teria força suficiente para conter a avalanche a ser desencadeada pelo processo”.
Em suma:
Dilma finge vitória com os golpes do STF, mas continua em pânico atrás de Cunha.
A manchete do Estadão é o retrato dessa mistura de afetação e temor:
“Governo vê vitória como oportunidade para trégua”.
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Segundo o jornal, Dilma tenta manter as “portas abertas” para o presidente da Câmara.
De fato, o ministro Jaques Wagner (Casa Civil) reuniu-se na segunda-feira com Cunha na Base Aérea de Brasília. “Em menos de uma semana, os dois se encontraram duas vezes e conversaram outras três por telefone.”
Ofertas incluem Janot?
Wagner disse a Cunha “que o governo não tinha o poder de influência que ele imaginava, no caso da Lava Jato, mas queria manter o diálogo”.
O Valor acrescenta que “um dos presentes disse” ao jornal “que o procurador Rodrigo Janot chegou a ser mencionado na reunião, mas logo ficou claro que ele não seria uma via para ajudar Cunha de alguma forma, entre outros motivos por ter um público interno ao qual deve respostas”.
Faltaria combinar com os russos, diria o próprio Janot, com ar de lamentação.
Pastor salvará?
Até um pastor da Assembleia de Deus do Brás, em SP, foi escalado para fazer o meio de campo entre Dilma e Cunha. Samuel Ferreira, segundo Mônica Bergamo, é íntimo do peemedebista e apoiou a petista na eleição de 2014.
Como Cunha teme ser preso se o Conselho de Ética cassar seu mandato, o governo sugere, por meio do jornal, que ele deixe apenas a presidência da Câmara; e lhe promete “botar o pé no freio e não engrossar as fileiras” de sua cassação, “ainda que 32 parlamentares do PT já tenham apoiado ações contra ele”.
Repito: Cunha, mesmo em situação de desespero, tem de ser muito ingênuo para acreditar em qualquer promessa do governo que mais quebrou promessas na história brasileira.
Quantos ministros tem Dilma?
Os golpes do STF, no entanto, deixaram pelo menos uma coisa clara:
Dilma foi modesta ao dizer que tinha 5 ministros.
Na verdade, tem seis, como informou Lauro Jardim no Globo:
Luís Roberto Barroso, Luiz Edson Fachin, Marco Aurélio Mello, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber e Teori Zavascki.
“A conta do partido considera [o advogado de carreira no PT] Dias Toffoli e Gilmar Mendes ministros que, no mérito, são a favor do impeachment.”
Toffoli, como mostrei em julho, é mais ligado a Lula que a Dilma. Mas, na hora H, quem duvida que pode colaborar?
A intromissão abusiva no Legislativo
“O impeachment não é votado no STF, mas sim no Congresso”, sendo o Senado o responsável pelo julgamento da suposta presidente da República, no caso de crime de responsabilidade.
“Mas a profusão de liminares ontem mostrou, mais uma vez, que a Lei pode ser interpretada de acordo com os supremos juízos.”
Sim: barricadas terão de ser enfrentadas.
Mas a profusão de manifestantes na rua tem de mostrar, dessa vez, que todo o poder emana do povo.
Fonte: Veja Felipe Moura Brasil