Chefe de dois ministérios após queda de Silvio, Dweck soube de cargo por ligação e viu agendas caindo

As cerca de 72 horas em que Esther Dweck atuou como ministra de duas pastas do governo Lula foram marcadas pela mobilização de uma força-tarefa de auxiliares, agendas de reuniões caindo de última hora, plantão de fim de semana no WhatsApp e protagonismo de um secretário de sua confiança.

Titular da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Dweck foi nomeada ministra interina dos Diretos Humanos na noite do dia 6 deste mês, uma sexta-feira, cerca de duas horas após a demissão de Silvio Almeida por denúncias de assédio sexual. Ele nega todas as acusações.

Três dias depois, Lula (PT) indicou para o posto a deputada mineira Macaé Evaristo, empossada oficialmente nesta sexta-feira (27) em cerimônia realizada no Palácio do Planalto.

Dweck foi um dos auxiliares do presidente que participaram da conversa que o petista teve com Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial e uma das supostas vítimas de Silvio, para ouvir o seu relato. Antes disso, integrou o grupo de mulheres do primeiro escalão do governo que se mobilizaram nos bastidores em apoio à colega.

Diante da demissão de Silvio e do pedido de exoneração de sua então secretária-executiva, uma decisão precisava ser tomada pelo Planalto, e o nome de Dweck para a interinidade foi aventado. Como mostrou a Folha, a sugestão partiu de Vinícius Carvalho (CGU).

Segundo relatos ouvidos pela coluna, a ministra se mostrou reticente, mas ouviu de Lula o sobreaviso de que seria acionada caso fosse necessário nomeá-la. Quando chegou em sua casa, recebeu uma ligação confirmando sua indicação como ministra interina.

No sábado (7), Dweck convocou uma reunião para organizar a semana seguinte. Uma equipe com cerca de dez pessoas foi arregimentada para conversar com secretários dos Direitos Humanos a fim de descobrir quais seriam as urgências e demandas de cada repartição.

A força-tarefa permaneceu em contato constante ao longo do domingo (8), por meio do WhatsApp, organizando agendas para conciliar as atividades de dois grandes ministérios.

Na segunda (9), Dweck nomeou seu secretário de Serviços Compartilhados, Cilair Rodrigues de Abreu, como secretário-executivo interino da pasta que antes pertencia a Silvio Almeida. O auxiliar, que hoje atende 13 ministérios do governo, costuma ser elogiado pela ministra por seu trabalho.

A interlocutores, Dweck brincou que a fama ficava com ela, mas que Cilair era quem estava fazendo o trabalho duro assinando atos diários nos Direitos Humanos enquanto seguia com os trabalhos na Gestão.

Uma ministra ouvida pela coluna diz que a escolha por Dweck na esteira de uma das crises mais delicadas enfrentadas até aqui pelo governo é um reconhecimento de sua atuação na gestão pública e de sua integridade.

No início da tarde de segunda-feira (9), toda a agenda planejada por Dweck ao longo do fim de semana para atender às duas pastas caiu: Lula havia tomado uma decisão. A Macaé, Dweck passou o bastão e um relatório com observações das quase 72 horas em que comandou dois ministérios simultaneamente.

VELINHAS

O empresário Márcio Toledo recebeu convidados ao lado da mulher, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), vice de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela Prefeitura de São Paulo, em sua festa de aniversário. O evento foi realizado no restaurante Rodeio, na região dos Jardins, na capital paulista, na noite de quinta-feira (26). A presidente nacional do PSOL, Paula Coradi, a desembargadora federal Gabriela Araujo e o coordenador de campanha de Boulos, Josué Rocha, prestigiaram a ocasião. O cabeleireiro Celso Kamura, a vereadora Luna Zarattini (PT) e o empresário Ivan Toledo compareceram.

com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH

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