Após cadeirada e gritaria, o debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo realizado na manhã desta sexta-feira (20) pelo SBT, portal Terra e Rádio Nova Brasil, está sendo marcado pela mudança de tom dos candidatos e apresentação de propostas.
Participam os candidatos que lideram a disputa na cidade: Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB), Marina Helena (Novo), Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Tabata Amaral (PSB).
O encontro começou às 11h15 . As posições de cada candidato foram definidas em um sorteio feito com integrantes de todas as campanhas no dia 27 de agosto. Diferente do último debate realizado pela RedeTv!, logo após a cadeirada dada por Datena a Marçal, as cadeiras não foram parafusadas.
No estúdio houve a presença de seguranças da emissora e também dos seguranças dos candidatos. Também foi permitido ter plateia, mas apenas para convidados dos candidatos.
No primeiro bloco, pela ordem de sorteio, Guilherme Boulos (PSOL) foi o primeiro candidato a escolher alguém para ser questionado sobre segurança pública. Boulos escolheu Datena (PSDB), e ambos apresentaram propostas para combater a violência doméstica.
Ricardo Nunes foi o segundo sorteado que poderia fazer pergunta. Ele escolheu Guilherme Boulos para debater a questão climática.
Marina Helena (NOVO) escolheu Nunes para falar sobre zeladoria. Durante questionamento, ela alfinetou Datena dizendo que “aprendeu a falar proposta”.
“Gente, você que está em casa, está cansado do que você está vendo aqui. A grande verdade é que a política se distanciou muito da sua realidade. E o que a gente tem aqui é um grande circo em que a gente vê o que aconteceu nos últimos debates, todo mundo fica falando um monte de propostas pra você, até o Datena, que gaguejava no primeiro debate, aprendeu a falar propostas. Propostas iguais, feitas baseadas em pesquisas, que querem saber exatamente o que que você quer escutar”, afirmou.
Na sequência, Datena escolheu Tabata sobre saúde. Tabata, em seguida, questionou Pablo Marçal sobre educação. O candidato falou sobre propostas e ressaltou uma mudança de postura.
“Quero dar os parabéns aqui para Tabata, que ela começou a baixar o nível do debate. E, aproveitando essa oportunidade, eu quero pedir perdão pra todo eleitor paulistano, que a minha tentativa até o último debate, a campanha começa pra valer agora, foi expor o caráter de cada um, de alguém que precisa de internação psiquiátrica, de outro que tem um perfil ditatorial, de alguém que tem boletim de ocorrência em relação a violência doméstica, de alguém que demonstra, você viu. Não adianta ouvir propostas de 10 candidatos sendo que eles não são viáveis emocionalmente, espiritualmente, fisicamente”, afirmou.
E ressaltou: “Só pra vocês perceberem que em todos os debates eu nunca fui o palhaço, eu sempre respondi os palhaços. A Tabata, que parece a moça mais comportada de todas, ela acabou de ceder esse espaço. A grande verdade é que alguém escrever sua proposta ou chamar um marqueteiro pra fazer você ficar parecendo Lulinha paz e amor não vai convencer ninguém, as pessoas querem saber a sua pior versão e a sua melhor, a minha pior eu já mostrei nos debates. A partir de agora você vai ver alguém que tem postura de governante, que de fato gerou riqueza, gerou mais empregos”.
Agressão em debate
José Luiz Datena (PSDB) agrediu Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeirada durante um debate com os candidatos à Prefeitura de São Paulo, no dia 15 de setembro. O encontro, organizado pela TV Cultura, foi temporariamente interrompido após o incidente.
Marçal foi levado para o Hospital Sírio-Libanês, onde ficou internado durante a madrugada e teve alta na segunda-feira (16).
Segundo o boletim médico divulgado pela unidade, Marçal teve traumatismo na região do tórax à direita e em punho direito, sem maiores complicações associadas.
A agressão aconteceu depois que Pablo Marçal fez uma pergunta para Datena. O candidato do PRTB perguntou ao apresentador quando ele pararia com a “palhaçada” e desistiria da candidatura. Antes, ele havia citado uma denúncia de assédio sexual contra Datena.
“A gente quer saber que horas você vai parar. Já abandonou entrevista chorando. Você, que é um cara que só fala quando tem uma televisãozinha escrevendo ali, que horas o Datena vai parar com essa palhaçada que ele tá fazendo aqui?”, disse.
Datena disse que Marçal estava fazendo acusações e calúnias contra ele. O apresentador chamou Marçal de “bandidinho”.
“A acusação que você fez sobre mim eu já, repito, não foi investigada porque não havia provas. Foi arquivada pelo Ministério Público”, disse. “O que você fez comigo hoje foi terrível. Espero que Deus lhe perdoe. Você me pediu perdão anteontem. Eu te perdoei.”
Na réplica, Marçal disse que Datena não sabia o que estava fazendo no debate e o chamou de “arregão”. Ele disse que Datena queria agredi-lo no debate da TV Gazeta, em 8 de setembro.
“Você não respondeu à pergunta. A gente quer saber. Você é um arregão. Você atravessou o debate esses dias para me dar tapa e falou que você queria ter feito. Você não é homem nem para fazer isso. Você não é homem,” afirmou Marçal.
Na sequência, Datena agrediu Pablo Marçal com uma cadeira. O programa foi interrompido.
Um vídeo publicado no Instagram da jornalista Monica Bergamo, da “Folha de S.Paulo”, mostra os momentos seguintes à agressão. As imagens registraram Datena e Marçal sendo separados e trocando ofensas. Marçal, então, voltou ao púlpito.
Polícia investiga
Na segunda, a Polícia Civil abriu inquérito para apurar os crimes de lesão corporal e injúria após Datena agredir Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeira durante um debate realizado na TV Cultura na noite de domingo (15).
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que o caso foi registrado no 78° Distrito Policial (Jardins) após a confusão.
No registro, o advogado de Marçal foi orientado quanto ao prazo para ofertar representação criminal para o prosseguimento da investigação. Com isso, a representação, que poderia ser feita em até seis meses, foi realizada nesta segunda no 15º Distrito Policial.
Denúncia no MP Eleitoral
Nesta terça, o candidato José Luiz Datena (PSDB) representou criminalmente contra Pablo Marçal por calúnia e difamação na Justiça Eleitoral.
O documento é assinado pelo criminalista Roberto Podval e mais seis advogados de Datena.
Nele, a defesa do apresentador afirma que a a conduta Marçal é “ilegal, ardilosa, politiqueira e mesquinha, e deve ser banida pela Justiça Eleitoral, tendo em vista se tratar de atitude que visa confundir o eleitor e manchar a honra e a imagem de adversário”.