Datafolha: Aprovação da gestão Nunes sobe e chega a 29% na Prefeitura de SP

A gestão de Ricardo Nunes (MDB) à frente da Prefeitura de São Paulo é aprovada por 29% dos eleitores da cidade, enquanto 24% a reprovam e 43% a consideram regular. Outros 4% não souberam opinar.

Os dados são da pesquisa Datafolha, que ouviu 1.090 eleitores na capital paulista entre quinta (7) e sexta (8). A margem de erro é de três pontos para mais ou menos.

Em comparação com levantamentos anteriores, a avaliação da administração Nunes vem melhorando —agora um em cada três moradores da cidade considera o prefeito ótimo ou bom.

Na rodada anterior, em agosto de 2023, eram 23% os que avaliavam Nunes como ótimo e bom, e parcela similar, 24%, o considerava ruim ou péssimo. Cerca de metade, 49%, o via como regular.

Em junho de 2022, Nunes teve 18% de ótimo ou bom contra 31% de ruim ou péssimo. Em abril daquele ano, na primeira aferição do Datafolha de seu governo, a parcela de aprovação era de 12% ante 30% de reprovação.

Nunes, que era vice-prefeito, assumiu em maio de 2021, após a morte de Bruno Covas (PSDB), eleito em 2020.

A melhora na avaliação da gestão tem implicações na corrida eleitoral, conforme mostra a pesquisa Datafolha, que traz Nunes e seu principal rival, Guilherme Boulos (PSOL), isolados na liderança e empatados tecnicamente em três cenários possíveis —29% a 30%; 30% a 29% e ambos com 33%.

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Na última pesquisa, embora a comparação direta não seja possível porque os postulantes são diferentes, era o deputado do PSOL que estava à frente —32% ante 24% de Nunes.

O Datafolha compara ainda o desempenho de Nunes, que está há dois anos e dez meses no cargo, com o de prefeitos anteriores nesse mesmo período ou num período próximo.

A taxa de aprovação do emedebista (29%) é maior do que a de Luiza Erundina (25%), Fernando Haddad (15%) e Celso Pitta (7%) na mesma época. Mas fica abaixo da taxa de seu companheiro de chapa, Covas (35%), e também de Paulo Maluf (47%), Gilberto Kassab (45%), Jânio Quadros (40%) e Marta Suplicy (34%).

Em ordem de reprovação em período similar de mandato, estão Pitta (71%), Haddad (49%), Erundina (39%), Marta (34%), Nunes (24%), Jânio e Kassab (23%), Covas (21%) e Maluf (17%).

Nunes, por sua vez, se destaca na avaliação regular, em que lidera entre os prefeitos com 43%, mesmo índice de Covas em novembro de 2020 (com dois anos e sete meses de mandato).

A opinião sobre a gestão de Nunes varia de forma mais significativa entre moradores das regiões central (50% de ruim e péssimo ante 22% de ótimo ou bom) e norte (33% de aprovação ante 19% de reprovação).

Diante de um cenário eleitoral polarizado entre Lula (PT), que apoia Boulos, e Jair Bolsonaro (PL), que apoia Nunes, o prefeito é mais bem avaliado entre bolsonaristas do que entre petistas.

No grupo bolsonarista, a gestão é ótima ou boa para 45%, regular para 40% e ruim ou péssima para 12%. Na parcela petista, os índices são 22%, 40% e 34%, respectivamente.

A aprovação do prefeito, que é de 29% na média, vai a 19% entre jovens de 16 a 24 anos; 35% entre quem tem ensino fundamental, 16% entre quem recebe mais de 10 salários-mínimos, 24% entre funcionários públicos, 39% entre donas de casa, 36% entre evangélicos e 24% entre pretos.

A reprovação de Nunes chega a 74% entre simpatizantes do PSOL, enquanto sua aprovação sobe para 67% entre simpatizantes do PL.

Nos últimos meses, Nunes e seus aliados passaram a enfatizar as intervenções da prefeitura, especialmente na periferia, repetindo que a cidade tem cerca de 1.300 obras em andamento e um recorde de caixa para investimentos. Entre os programas usados como vitrine estão o recapeamento de vias, a tarifa zero aos domingos, as filas de creche zeradas e a meta de entregar cerca de 70 mil unidades habitacionais.

Na seara política, a pré-candidatura ganhou robustez e passou a ser tida por aliados como viável após a adesão de uma série de partidos e de padrinhos importantes como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ex-presidente Michel Temer (MDB). O principal movimento de Nunes, porém, foi ter obtido o apoio explícito de Bolsonaro em janeiro —aliança que acumula prós e contras.

No fim de fevereiro, o prefeito compareceu a ato promovido pelo ex-presidente na avenida Paulista em protesto contra investigações conduzidas no Supremo Tribunal Federal mirando o bolsonarismo.

Em janeiro, Nunes sofreu um revés, com a saída da ex-prefeita Marta Suplicy de seu secretariado e o posterior ingresso dela no PT para ser vice de Boulos. O prefeito, na sequência, nomeou para o lugar dela o ex-deputado e ex-ministro Aldo Rebelo, com trajetória na esquerda —anteriormente no PC do B e hoje licenciado do PDT.

Em outra frente, Nunes é fustigado por uma série de suspeitas relacionadas ao recorde de obras emergenciais, que não necessitam de licitação. A Folha mostrou que a prefeitura gastou R$ 2 bilhões para concretar córregos enquanto ignora obras estruturais contra enchentes.

64% dizem que Nunes fez menos que o esperado

O Datafolha mostra que uma maioria de 64%, dois em cada três moradores, diz que Nunes fez pela cidade menos do que se esperava. Outros 20% afirmam que ele fez o que se esperava, enquanto 9% declaram que ele fez mais do que era esperado.

Outras respostas somam 2%, e 5% não opinaram.

Entre quem recebe até dois salários mínimos, 13% acreditam que Nunes fez mais do que o esperado, índice que vai a 12% entre pardos.

A parcela que diz que ele fez menos do que o esperado é de 67% entre moradores da zona leste e 75% entre espíritas e kardecistas.

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