Achar que sabe mais do que realmente sabe é um dos erros que as pessoas cometem com maior frequência na gestão dos seus investimentos. Mesmo pessoas que investem há anos na Bolsa, por exemplo, ainda podem ser novatas quando se trata de entender os dados do balanço de uma empresa, compreender perfeitamente as figuras da análise gráfica ou aventurar-se por modalidades como o aluguel de ações.
Normalmente, é por excesso de confiança que as pessoas caem em armadilhas como as pirâmides financeiras. Pela mesma razão, gente boa compra títulos da dívida da República Velha ou ações de empresas concordatárias, achando que só eles têm “aquela” informação sobre uma decisão judicial que está por vir e mudará toda a história. O excesso de confiança pode ser, ainda, uma ilusão coletiva – essa é a explicação mais corrente para explicar por que os americanos comprometeram tanto de sua renda com hipotecas, na crise de 2008.
Não funciona assim. Para se dar bem nos investimentos, humildade é um bom ponto de partida. Você não sabe tudo. Nem eu. Nem aquele seu primo que contou ter ganhado um dinheirão comprando apartamentos na planta e vendendo na época da entrega das chaves. Nem ninguém, para dizer a verdade.
Mesmo os bilionários que consideram a si próprios dotados de uma capacidade inata de ganhar dinheiro têm seus mecanismos de consulta. Donald Trump, magnata dos negócios imobiliários em Nova York, escreve em sua autobiografia A arte da negociação que possui uma intuição para os negócios semelhante à de Steven Spielberg para fazer filmes – digamos que não é nenhum poço de modéstia. Mas antes de decidir por um negócio, ele faz as suas pesquisas, pessoalmente. “Se estou pensando em comprar um imóvel”, diz, “pergunto às pessoas que moram nas imediações o que acham do local, das escolas, do comércio e da criminalidade. Quando estou em uma outra cidade e pego um táxi, sempre converso com o motorista. Pergunto, pergunto, pergunto, até começar a sentir uma intuição sobre alguma coisa. É quando tomo uma decisão.”
Trump pode ou não ser um modelo para você – para mim, pessoalmente, não é. Mas a dica vale. Antes de investir, pergunte, pergunte, pergunte.
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O Departamento Intersindical de estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou na semana passada um balanço das negociações salariais de 2013. O levantamento mostrou que diminuiu o número de categorias que obtiveram ganhos reais (ou seja, acima da inflação) no reajuste anual caiu de 95,1% para 86,9%. No topo da cadeia, as categorias que tiveram aumentos reais superiores a 5% representaram 4,5% do total em 2012 e apenas 0,3% em 2013.
E como será o amanhã? O próprio Dieese diz que o relatório traz “pistas” para entender como será 2014. “Mantido o quadro econômico atual, de inflação controlada, baixas taxas de desemprego e manutenção ou crescimento da economia”, diz o Dieese, “é de se esperar para 2014 resultados mais favoráveis nas negociações coletivas dos trabalhadores”.
Causa e efeito
Levantamento da Associação Nacional das Empresas Financeiras de Montadoras (Anef, que congrega Volkswagen, Ford e Toyota, entre outras) mostrou que a taxa de juros média para pessoa física nessas instituições subiu de 1,72%, em janeiro, para 1,78%, em fevereiro. O saldo de financiamentos também caiu, e pelo terceiro mês consecutivo.
Para mim, uma coisa está ligada à outra. Se os juros sobem, parece natural que as pessoas adiem fechar negócio ou mesmo suspendam a decisão de compra. Ou não?
Fonte: Gazeta do Povo